terça-feira, 28 de abril de 2009

Cachorros


Quem, no planeta Terra inteiro, consegue explicar a relação do ser humano com o cachorro? Às vezes chegamos em casa revoltados com o mundo, resignados a passar a noite emburrados/chorando/remoendo alguma coisa, mas ao passarmos pela porta e vermos aquela bolinha de pelos com cara de "que bom que você está aqui", é impossível não esquecer de tudo e abrir o maior sorriso do mundo. O mais impressionante nisso tudo é que eles levam, literalmente, uma vida de cão. Comem ração ( que por mais gostosa que seja, venhamos e convenhamos que comer a mesma coisa todo dia deve ser um porre ) e fazem cocô no jornal (quando da tempo).

Uma coisa que me revolta é gente que maltrata cachorro. O bicho não faz nada pra ninguém. Quer bater? Bate com a cabeça na parede. Quer matar? Se joga da ponte Rio - Niterói. Dizem que a criança é a imagem da pureza, mas, sem dúvidas, é o cachorro. Por mais violento que seja, é sempre fiel ao dono. Por mais brigão que seja, sempre faz dengo quando quer carinho. E por mais idiotas que NÓS sejamos (se pisamos sem querer quando estão nos seguindo, se gritamos desenfreadamente por razões superficiais) eles sempre voltam. Sem rancôr. Só uma língua pra fora e AQUELA cara (que todos sabem qual é).

Eles sim são espíritos evoluídos. Eles não traem amigos. Não mentem. Acredito que temos muito a aprender com os cachorros. Sermos mais afetivos, mais simples, mais humanos.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Metamorfose

Estamos em constante mudança e nem sempre percebemos isso. Às vezes somos um e muitos ao mesmo tempo. Às vezes incorporamos valores à nossa índole Adotamos comportamentos que achamos corretos. Tomamos decisões que geralmente não tomaríamos. Nessas oscilações moram as metamorfoses. O que pode parecer uma variação momentânea de comportamento é na verdade um outro "eu" que existiu/existe em você. Procurei na internet algum poema que falasse disso para ilustrar o que venho falar. No entanto, nada melhor para traduzir a minha voz do que a própria...

Metamorfose

O ritmo cadenciado e indefectível do tempo,
Sempre carrasco de vidas intérminas e momentos infinitos,
Faz-me agora refletir sobre o correr do vento, por dentro,
Sobre o que muda e não muda reflito.

Em oposto ao soberano Chronos,
O meu passar não é linear.
Já fui muitas coisas e ainda sou outras tantas,
Hoje serei novo de novo e amanhã sei que hei de mudar.

Já fui lagarta que não pôde voar.
Fui borboleta que não pôde falar.
Fui ser humano que não sabia sentir.

Entre passado, presente e futuro,
Vislumbro tudo. Já fui lagarta e borboleta.
Já fui nada e tudo. Agora me falta ser eu. 

by Rodrigo de Oliveira Lima

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Saudade

Ao longo de toda a história da humanidade, esta vem tentando desvendar os mistérios da vida. Desde os filósofos aos cientistas a principal meta é explicar o que não se entende. Muitos enigmas foram desvendados e uma grande incógnita permanece: a morte. No entanto é importante notar que ainda existem muitas outras incógnitas acerca do comportamento humano. Uma delas é a saudade.
A saudade é um sentimento estranho que pode se manifestar de diversas formas, mas nenhuma pode ser explicada. Quando você sente falta daquela amiga pentelha, que te azucrina durante todos os segundos possíveis em que vocês estão juntos, você não é capaz de explicar o porquê, mas você sente falta dela.
Outro fenômeno inexplicável é quando você está com uma pessoa da qual você gosta muito, ela vai embora e você sente falta dela. Como é possível sentir falta de alguém que só está ausente há um minuto?
Todo ser humano é carente em incontáveis aspectos. Precisamos de outras pessoas para viver. Pessoas para rir junto, chorar junto, conversar, confiar segredos e muitas coisas mais. Temos pessoas no nosso cerco de vida que desempenham essas funções. É como um sistema: quando uma função falta, o sistema sente falta.
Diante de tudo isso nós, seres humanos, podemos ser vistos como fracos e dependentes. Mas somos exatamente o contrário. Não somos estrelas de brilho próprio. O nosso brilho sempre acaba vindo de outra pessoa. Você pode ficar feliz quando está namorando, mas está feliz não apenas de dentro pra fora, e sim de fora pra dentro. Está feliz porque aquela pessoa está com você. Por isso digo: o ser humano não é completo por si.
Precisamos da metade da laranja. No nosso caso, as muitas metades (amigos, namorados, família, compromissos). No meu caso, as metades do chocolate, porque não gosto de laranja. Precisamos dessas metades presentes, se não sentimos falta, e você leitor sabe que cada metade faz falta.
O mais triste nisso tudo é que a saudade também é o princípio do esquecimento. Todos tivemos alguém que considerávamos o melhor amigo de todo o mundo, mas de alguma maneira a vida o separou de nós. No começo você sente falta, e, aos poucos, outra pessoa vai assumindo esse papel. Não da mesma maneira, isso nunca. Mas você ganha um novo melhor amigo. E o que partiu fica escondido nas suas lembranças. E a saudade já não é mais tão grande.

É claro que existem exceções. Existem pessoas que marcam nossas vidas para sempre e a falta que elas nos fazem é inexorável. Mas mesmo à essas pessoas, essas tão raras exceções, a saudade não se aplica mais. Você sente falta de ter essa pessoa por perto, mas a saudade vai diminuindo até se exaurir.


Qual a diferença entre falta e saudade? Bem, digo por mim quando sinto falta da minha infância e não saudade. Digo por mim quando digo que falta seria uma espécie de saudade em menor intensidade. Eu sinto falta de coisas e pessoas, no entanto consigo viver sem elas. Saudade é implacável e indefectível. Um desejo que só diminui quando a chama se apaga. Quando o passado engole o presente por inteiro.
Sinto saudade, sinto falta, me sinto triste. Nessa vida, quase nada do que vai... volta. Ao contrário do mar, vemos amigos indo, pessoas queridas indo, momentos perfeitos se esvaindo. Esses momentos não se repetem, igualmente as pessoas. Esses ficam eternizados apenas na nossa memória, nos nossos corações e temos que nos contentar com isso. Ou fazer novos amigos e viver novos momentos igualmente inesquecíveis.
Diante de tudo que foi dito já digo que sinto saudade dos tempos de faculdade. Gostaria que tudo ficasse exatamente como está. Vivo, sem dúvidas, a época mais feliz da minha vida até agora. Não quero perder nada dessa vida. Sinto saudade das risadas que serão separadas e das conversas que se tornarão escaças. Pois a vida segue e nos leva para diferentes caminhos. E aí? Bem, só nos resta a saudade.

Deixo a fim desse post um EU TE AMO para todas as pessoas que fazem com que eu me sinta feliz: Júlio, Kelly, Carol, Lívia, Tássia, Thamiris e muitos outros. Não que os por seguintes sejam menos importantes, mas a preguiça reina em meu ser neste momento. Vocês são indispensáveis e essenciais na minha vida.

Até o próximo post (que eu espero ser mais alto astral, isso não está muito condizente ao meu eu palhaço..rsrs)