segunda-feira, 18 de maio de 2009

Silêncio


O silêncio é triste. Quando terminamos um namoro: silêncio. Quando nosso time perde na final do campeonato: silêncio. Quando perdemos alguém querido: silêncio. Quando queremos gritar: silêncio.

 Mas será que o silêncio é mesmo triste ou nós que só o notamos quando estamos tristes? Eu vejo o silêncio como um grande amigo. Quando estamos sozinhos, concatenando esquemas, pensando sobre a vida, se falamos, não falamos sozinhos. O silêncio está lá como um amigo sempre a nos ouvir e, algumas vezes, a nos aconselhar. Já aconteceu com todos nós: um problema sem solução se apresenta, você perde horas pensando naquilo, fala pra todas as paredes da casa e, num repente, a solução mais sensacional cai de bandeja nos seus braços. Epifania ou o silêncio lhe soprou a resposta?
Talvez os dois, por que não?
 O silêncio é o melhor amigo de muita gente e, apesar de mudo, ele nos diz muitas coisas. Quantas vezes um olhar nos disse mais do que mil palavras? Quantas vezes as reticências nos disseram muito mais do que um poema inteiro. Quantos momentos perfeitos você já viveu em que nenhum som foi ouvido? 

 Para fechar o post escolhi um poema de um poeta que considero um dos maiores poetas que há: Mário Quintana.

O Silêncio
Há um grande silêncio que está sempre à escuta... 
E a gente se põe a dizer inquietamente qualquer coisa, 
qualquer coisa, seja o que for, 
desde a corriqueira dúvida sobre se chove ou não chove hoje 
até a tua dúvida metafísica, Hamleto! 
E, por todo o sempre, enquanto a gente fala, fala, fala 
o silêncio escuta... 
e cala.