quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O que há sobre o Amor?

Perdido. Essa era a palavra que definia sua atual situação. O que uma vez o completou, agora simplesmente não fazia sentido. Logo para ele! Já havia tido um grande amor no passado, mas, por uma razão que ele não conseguia entender, este amor naquele passado havia ficado. Apenas sabia que o problema não era ele... De todo modo, é de se estranhar que o Cupido não encontre sentido ou explicação para o Amor.

Não se recordava quando o Amor havia parado de fazer sentido. Perdera litros de café e blocos de anotações refletindo sobre o assunto. Apenas aconteceu. Um eco crescente fazendo um incômodo brotar: O que é o Amor, afinal? - Talvez o Amor seja algo envolto por esse não saber... não. Talvez seja algo que só os poetas saibam explicar... também não. Talvez... – Sem uma resposta que o convencesse, Cupido decidiu falar com os maiores alvos de suas flechas.

Após tornar a dúvida pública, Cupido recebeu diversas cartas:

“Amar é quando se olha nos olhos de alguém e aqueles olhos te completam por inteiro. Esses são suas palavras, seus gestos, seus sorrisos. Esses olhos, de alguma forma, são uma extensão de você. Tudo muda quando você neles mergulha. Não há chefe, nem engarrafamentos. Não há tristeza nem sonhos vazios. Apenas os olhos. Aqueles olhos que são seus... que são você.”

“Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.” É, definitivamente a explicação não está com os poetas.

“O amor é o melhor dos entorpecentes. O mundo se move diferente e de tudo se ri. Geralmente, o efeito da dose dura menos para um que para outro, aí se sabe que é chegada hora de provar um Amor diferente.”

"Nessas águas turvas de cardumes coloridos, o Amor não se faz misterioso. Todos têm sua Lua de algodão. É quando se consegue vestir o outro com tantos superlativos quanto possível - rosados, vermelhos, azuis, cinzas e negros - que se tem certeza de que aquele Amor é para chamar de seu. Em outras palavras lhe digo, caro Cupido, que a diferença entre UMA e A está na velocidade que o coração bate."

Depois da milionésima carta, Cupido, ainda sem resposta que lhe satisfizesse, resolveu dar uma volta. Caminhando por um imenso verde, com pontos lilases, vermelhos e amarelos que dançavam ao vento, avistou uma silhueta se desenhando ao longe. Como estava mergulhado em suas divagações, não deu atenção à figura que se aproximava num primeiro momento. Entretanto, conforme a distância diminuía, os traços tornavam-se mais claros e mais hipnóticos. A mulher, que parecia feita de tijolos amarelos e homens de lata apaixonados, lhe abriu o mais sorrido dos sorrisos e cantou que estava perdida. Nesse momento, cada pedaço de palavra que o Cupido tinha lido fez tanto sentido quanto podiam. Aqueles olhos que o completavam com um fogo que ardia e não se via... Aquela onda entorpecente de cardumes coloridos, banhados em superlativos... E o Amor não era mais incógnita, esse era pernas, olhos e cabelos! E o Cupido então tinha agora em suas mãos outra interrogação sem resposta: Amor à primeira vista? ...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Because maybe...

Wonderwall was echoing in John’s ears for the nineteenth time. Oasis’ verses had never made more sense. The fourth hour of the night had been long gone but still there was not the slightest trace of clarity in the horizon. The Moon was saying her goodbyes behind the tall buildings. The waves sounding indefectibly indifferent. His thoughts sounding dazedly different…


He kept on walking and mapping his numerous mishandled ellipses and a single placeless, as well as answerless, question mark. There was no use in screaming silent sighs for eyes that would never listen. Nevertheless it is all but unbearable to heart-shelter something that makes no sense in your head. Still, he heard, making sense in this life is all about making no sense at all.


John’s eyes, once color-blinded, had been presented to a whimsical watercolor. However, he was now almost drowning in shades of grey and hoping that things would get back to black and white.


Voices tell him that his bittersweet nigh-tragedy will not ask for absolution. Despite all that he has still got a melody inside of him looking for solution… a handful of fake future memories he had created in which he could see nothing but a happy ending. But there is no such thing. So he keeps on walking, hoping for the dawn to break on the horizon…