O escritor é um fingidor. Finge tão completamente que chega a sentir a dor que pretendia fingir que sente.
Sangue é símbolo de vida. Carrega um significado divino, visto que Deus deu a vida ao homem. Sem sangue não há vida, não há Deus, e não há chocolate. O que seria o chocolate? O oitavo pecado capital. Considerado por muitos a melhor coisa deste mundo (e de outros). Até que ponto sangue e chocolate se relacionam? Uma pergunta respondida com outra: Existe vida sem pecado?
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
O GRITO
Sinto-me parte de um mundo no qual plumas de pavões definem mais que a imensidão do casco da tartaruga. Uma selva de mordidas e arranhões e poucos abraços. Um mundo onde o conflito, muitas vezes desnecessário, se torna desgastante e, no fim das contas, você só acumula espinhos.
Fazer de mim esse ser tão metonimicamente dividido pode parecer martírio. Mas não é! Não falo de um “eu” e sim de um “nós”. Pretensiosamente afirmo que TODOS já levaram um “tapa na cara” e guardam a cicatriz até hoje. Uns na espera pela devolução. Outros para se lembrar de nunca tornar a dar a face ao outro.
Quando os tapas sobrepõe a perseverança... quando constelações de espinhos tomam conta do coração (e da garganta) o melhor a fazer é botar pra fora, certo? Mas como explodir sem destruir?
Não gosto de gritar, mas esta se revelou uma boa solução nesses dias de sufocamento. Inofensivo e eficaz. O grito é a voz da alma para ela mesma e para mais ninguém. Em tempos onde sobram espinhos e faltam espelhos, olhar para si mesmo às vezes pode beneficiar. Vivemos tão freneticamente buscando aprovação (por vezes a nossa própria aprovação) e esquecemos que por trás de aprovar mora o julgar, e quem é você para julgar alguém?
Não escrevo. Grito! Em um suspiro que me proporciona alívio e angústia. Entristece-me esse morrer tão solitário. Rios de lágrimas invisíveis correndo aos pés insensíveis de quem me mata e eu sigo morrendo... pelo menos até quando acabarem os gritos e começarem as explosões.